-
Ministros do STF reivindicam cobrança formal do Itamaraty sobre às ações de Musk e aliados de Trump contra Moraes
-
Desde novembro, Integrantes do Itamaraty já travam uma batalha nos Estados Unidos, para explicar a importância do STF na defesa da democracia no Brasil.
- Por Camilla Ribeiro
- 26/02/2025 13h38 - Atualizado há 1 semana
Supremo Tribunal Federal veem o assédio de Elon Musk e de parte da base de Donald Trump contra o ministro Alexandre de Moraes como um ataque institucional à Corte
Diante desse cenário, passaram a cobrar uma reação diplomática formal destacando a relação histórica e a tradicional cooperação entre os dois países.
Os ministros estão cientes que o envolvimento do Itamaraty embute uma armadilha, mas declaram que não é possível apenas “assistir” ao que chamam de “diversas frentes de constrangimento institucional” sem reagir.
Um integrante da Primeira Turma, da qual Moraes faz parte, diz enxergar nas ações sofridas por Moraes “parte de um plano maior de constrangimento do Supremo e do Judiciário”.
“O pano de fundo é jogar para minar a força e a autoridade do Supremo. Neste momento, independentemente de concordar ou não com as posições jurídicas de Moraes, há algo que vem na frente: a instituição.”
Esse ministro está cobrando uma ação diplomática formal. Ele relembrou que os ataques de Musk em sua rede social não podem ser vistos como algo isolado.
Há um projeto em trâmite no Legislativo americano para impedir a entrada de Moraes nos Estados Unidos.
Musk, nomeado como colaborador pelo presidente dos Estados Unidos, tem acesso a dados da Receita Federal americana e usou sua própria rede para disseminar informações de um perfil anônimo que citava, sem indicar qualquer ilicitude, supostas retiradas de investimentos de Moraes dos Estados Unidos.
Amigos do ministro dizem que ele está “firme e sereno em sua posição”.
Mesmo assim, a Corte enviou um recado pedindo a necessidade do envolvimento formal da diplomacia americana.
Existe uma série de processos movidos pelo governo dos Estados Unidos, pedidos de extradição, que tramitam no Judiciário brasileiro.
Para essa ala, a política de reciprocidade, precisa alcançar o respeito à autonomia do Judiciário nacional e também reconhece que um eventual envolvimento do Itamaraty seria usado para politizar a crise.
“Mas o que vamos fazer? Temos que usar os instrumentos que a lei e as instituições nos dão. É assim que estão fazendo (a extrema-direita) na Europa. A resposta precisa ser diplomática, porque o ataque é diplomático”, encerra o ministro.
Itamaraty já está numa batalha a favor do STF nos bastidores
Itamaraty revelou que trava uma “batalha nos bastidores, nos Estados Unidos, para explicar a importância do Supremo na defesa da democracia no Brasil”.
O trabalho de defesa da imagem da corte ocorre desde novembro de 2024. Ele inclui conversa com formadores de opinião e integrantes do congresso americano.
O Itamaraty reconhece que há forte pressão de grupos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro para armar uma ação do presidente ou do governo americano contra o ministro Alexandre de Moraes.